Trump chegou
O inadiável chegou: Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos e já sacou um discurso de posse completamente fora das regras protocolares aplicáveis a eventos dessa natureza.
Mas muito pior do que o discurso foi a enxurrada de decretos que ele assinou em poucos dias e que já começaram a ter efeito, alguns imediatamente, enquanto outros foram suspensos pelo Poder Judiciário, porque, do alto de sua arrogância, o novo presidente achou que poderia modificar uma das mais estáveis constituições do mundo. Só que não é bem assim…
Na sequência, ele comprou briga com México e Canadá, seus parceiros de tratado de livre comércio e tradicionais aliados dos Estados Unidos. Fez que ia, acabou não indo e, entre mortos e feridos, por enquanto, tirando as centenas de deportados, não aconteceu muita coisa.
Depois de conseguir um acordo de paz entre palestinos e israelenses, o homem destemperou e fez uma série de declarações completamente sem pé nem cabeça, propondo a remoção de mais de 2 milhões de pessoas para o Egito e a Jordânia, sem combinar com os países interessados e com os dois milhões de pessoas.
Alguém escreveu que a teoria do louco é uma ferramenta interessante em política internacional, que ela se baseia na imprevisibilidade das ações do louco, contra a quase certeza das reações de alguém menos louco; e que Trump estava levando a teoria ao extremo para conseguir as vantagens pretendidas nas negociações com outras nações. Acontece que ele está chutando a canela dos aliados e os aliados estão incomodados com isso. Seria bom ele não acreditar tanto na própria força. Normalmente, quem faz isso acaba mal. Que o digam Luiz 16 e Benito Mussolini.
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