Era igual ao que é hoje
Muitas vezes, ao vermos documentários sobre as civilizações antigas, ficamos com a impressão de que a vida seguia em outro ritmo, onde reis e imperadores, generais e senadores tramavam o tempo todo, numa disputa ensandecida pelo poder. Valia tudo, até colocar fogo na capital do Império, como Nero foi acusado de fazer. De acordo com a lenda, o imperador tocava cítara enquanto Roma ardia, numa ação que deu errado, envolvendo a perseguição aos cristãos.
Hoje se sabe que Roma não ardeu como a lenda conta e que Nero não teve nada a ver com o incêndio. Até a imagem monstruosa criada em torno do imperador já foi revista. Mas não é esse o foco da crônica.
A pergunta a ser respondida é: será que as pessoas comuns das civilizações antigas viviam como vivemos hoje? E a resposta é: guardadas as proporções, sim, a vida cotidiana em todas as civilizações é mais ou menos a mesma, tanto faz a época, o continente, ou o povo.
As pessoas comuns, operários, artesãos, classe média em geral, tinham e têm as mesmas necessidades, as mesmas preocupações, o mesmo modo de dar conta de recado, de conseguir comida, comprar roupas, ter um lar para chamar de seu.
Até 1993, o mundo não conhecia a internet, nem as mudanças dramáticas trazidas por ela para a rotina das pessoas. No mais, de carro importado ou liteira, as tarefas eram as mesmas. Até a diversão era grosso modo a mesma – que o digam as lutas de MMA em comparação com os combates dos gladiadores.
Nem o pensamento político era tão diferente. A democracia é uma invenção ateniense e o socialismo uma criação espartana. Já a imensa classe dos tiranos, estes se espalhavam pelo mundo helênico, uns mais duros, outros menos, mas todos muito parecidos com o que temos hoje.
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