A solução é o metrô
São Paulo não anda mais. Se sem chuva já é quase impossível, com chuva a vaca vai para o brejo e a cidade trava. Como tem chovido com vontade, também tem parado com vontade e aí o jeito é ter paciência e entregar a alma a Deus porque o corpo o diabo já levou.
É verdade, não tem marronzinhos, os semáforos estão piscando, o nó é mais embaixo, mais em cima, do lado de cá e do lado de lá – simplesmente não tem saída, nem através das ondas do rádio ou dos segredos das redes sociais. Trava e a fechadura é de segurança máxima, como as dos grandes cofres de bancos que só abrem na hora certa. O problema é que nas ruas não tem hora certa, então não tem hora programada para a fechadura abrir, e aí ela não abre. Faz que faz, mas não faz, não vai, nem volta, segue tudo como se não tivesse acontecido nada.
É bonito ver o caos filmado do alto, da cabine do helicóptero. As luzes dos carros formam uma enorme sucuri brilhante, que se estende quilômetros a fora pelas Marginais, como se quisesse ir para o infinito. Só que não vai.
Então não tem solução? Tem e mais fácil, prática e barata do que você pensa. Está logo ali, dependendo da região. Em outras, não adianta procurar porque não tem. Não vai achar, só vai ficar molhado e com raiva porque não tem. Ainda vai levar tempo para ter.
A solução se chama metrô, o bom e velho metrô paulistano que poderia ser maior do que é, mas não é, Então é assim mesmo e está muito bom, porque poderia ser pior.
Debaixo de chuva, com mais carros do que ruas, sem qualquer ordem no trânsito, sem ninguém para ao menos tentar colocar ordem, só resta se socorrer dos trens que correm debaixo da terra e vão de um lado para o outro, com poucos problemas. Bem-aventurado trem do metrô, a salvação da alma está nos seus trilhos!
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