Cadê a CET?
A pergunta é velha, surrada, comporta reclamações, mas não quer calar: cadê a CET? Onde estão os garbosos marronzinhos com suas fardas de gala e seus celulares que ninguém sabe para que servem?
Quem dá notícia deles? Quem dá notícia de algum técnico religando ou sincronizando os semáforos? Anos atrás, quando os semáforos inteligentes foram instalados na cidade, vários especialistas ficaram preocupados porque havia o risco concreto dos semáforos serem mais inteligentes do que os técnicos. E, num primeiro momento, a dúvida pareceu pertinente. Mas a CET resolveu o problema da forma mais simples possível: deixou os semáforos envelhecerem, sentirem o peso de anos ao relento, tomando chuva, vento, batida de veículos, roubo de fios etc. Eles não deram conta. Pifaram. Hoje, quem paga o preço somos nós.
Se há pouca coisa a se fazer com o caos paulistano, uma delas seria um mínimo de ordem na vida dos semáforos. Um mínimo de sincronização entre o da frente e o de trás.
A prova de que isso é sonho pode ser sentida na bagunça perto do Parque do Povo, antes de chegar na avenida Juscelino Kubitschek e, depois dela, na Rua Funchal. Dependendo da hora, com sorte, vai meia hora para atravessar ou sair do enrosco. E não tem para quem reclamar. É entregar a alma a Deus e o para-choque ao carro da frente, porque o resto está sob controle das forças do inferno.
Mas este é só um exemplo e não é o pior. Quem agradece é o Metrô, que, por causa da pandemia, tinha perdido passageiros e agora, por causa do caos no trânsito, vai recuperar pelo menos uma parte deles.
Quanto ao trânsito, nem uma seção ecumênica, com todos os representantes de todas as religiões dá conta do recado. Pode mais quem chora menos e com certeza a CET não derrama nenhuma lágrima.
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