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 Dia da mulher

Hoje não é dia 8 de março, mas é dia da mulher. Aliás, todo dia é dia da mulher. Por isso, eleger o dia 8 de março como dia da mulher pode ser uma bandeira de luta, mas não é verdadeiro, como tantos outros fatos que fazem a história do Brasil ser tão rica em contos de fada quanto o melhor almanaque de histórias da carochinha.  

Não tem o que fazer. Sinal dos tempos? O diabo na rua no meio do redemoinho. Sagarana? Não, Grande Sertão: Veredas, ou Grande Ser tão Veredas. As interpretações são vastas e abrangentes. Rosa era gênio, o sertão é o mundo.

E a dona do mundo é a mulher. A boa e antiga mulher, nascida da costela de Adão e perpetuada nas filhas de Eva: Helena de Esparta, filha de Europa e Zeus, Cassandra, a sacerdotisa, Aspásia, que dava grandeza a  Péricles, Lucrécia Bórgia, Catarina, a Grande, Maria Tereza da Áustria, Josefina, Virginia Wolff, Marilyn Monroe, Clarisse Lispector, Lygia Fagundes Telles e tantas outras que dão grandeza à mulher e a colocam no andar mais alto do farol da cultura e do conhecimento.

Todo dia é dia da mulher. Diadorim? Não, Diadorina. De novo Rosa e seu monumental romance. E a mulher de Rosa, heroína de Israel, que tirou centenas de judeus da Alemanha nazista.

A mulher é a razão de ser da vida na Terra, a harmonia do universo, as curvas que ultrapassam as retas e fundem as paralelas no fim do horizonte.

Sem a mulher não tem vida, não tem encantamento, não tem poesia. Sem a mulher, a aridez tomaria conta do planeta, faria secar as plantas e  morrer as flores, transformaria o doce no amargo e apagaria a lua cheia que brilha no céu. Sem a mulher, seu corpo, sua alma e seu espírito, não haveria razão para se viver, sonhar e querer ir adiante.
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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

 

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.