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O São Paulo não tem jeito

Digam o que disserem, aconteça o que acontecer, até uma goleada de cinco a zero, a verdade é que o São Paulo Futebol Clube não tem jeito. A goleada será apenas um incidente inesperado, numa trajetória de enorme mediocridade.

Desde que o time, sob o comando de Fernando Diniz, aprendeu a jogar para trás, não teve mais como mudar. A lição foi bem aprendida e o São Paulo faz questão de jogar pra trás. É mais forte do que a vontade dos jogadores. É algo que já se incrustou no cérebro deles e o resultado é que, mesmo a bola estando perto da área adversária, alguém dá um chute para trás e quem recebe a bola recua mais um pouco, até chegar no goleiro são paulino, que começa tudo de novo.

Sou são paulino, torço para o São Paulo a vida toda e, confesso, já começo a perder a esperança de ver o time mudar e voltar a ser o São Paulo do começo da década de 1990, uma máquina de jogar futebol, campeã do mundo e respeitada por todos, no Brasil e no exterior. 

O time de hoje é apático, parece não ter motivação, os jogadores não têm criatividade, nem se esforçam para atacar. Ao contrário, ficam trocando passes em seu campo, de um lado para o outro, até perderem a bola e o adversário passar pela defesa, invariavelmente mal posicionada, e marcar mais um gol.

Poderia ser diferente? Até poderia. O São Paulo não é tão pior que os outros times brasileiros. Ao contrário, está dentro da média. A diferença é que os outros compensam o mau futebol com garra e vontade de vencer. O São Paulo não tem isso.

Atualmente, ser são paulino é sofrer no paraíso. Mesmo o time tendo o direito divino de vencer sempre que quiser, o que se vê é o contrário e, até quando ganha, a vitória não convence. Fica o medo do próximo jogo.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.