O Papa morreu
O Papa Francisco morreu há uma semana. Foi um fim longo, com uma internação hospitalar e uma quase convalescência. Um período de extrema fraqueza, que não o impediu de seguir trabalhando até a máquina parar.
O Papa Francisco é dessas pessoas que destoam da média. Um homem muito acima do padrão humano, considerando nossos 8 bilhões de irmãos. Ele se distinguiu como papa. Não foi um papa a mais ou alguém que tapou buraco enquanto a Igreja se rearrumava, ganhava tempo para seguir na sua jornada de mais de 2 mil anos.
Francisco era argentino e viveu de perto a pobreza e os desafios latino-americanos enquanto serviu Cristo em sua terra natal. Ao longo de seu trabalho na Argentina, Francisco conheceu e se aproximou de D. Fernando Figueiredo, bispo emérito de Santo Amaro. Ficaram amigos, desenvolveram laços intelectuais que os ligaram ao longo da vida. D. Fernando, o franciscano e Francisco, o jesuíta, que, sem deixar de ser jesuíta, agia como um franciscano. Ao longo da vida, os dois fizeram o bem.
Numa época de imensa turbulência e insegurança política e geopolítica, a morte do Papa Francisco abre um claro irreparável nas forças que buscam conter os extremos e os desmandos que marcam o mundo, a esquerda e a direita, ao ponto dos Estados Unidos hoje serem a melhor representação do que os americanos chamavam “república de banana” no começo do século 20.
Num momento no qual a ciência foi trocada pelo achismo, pela demagogia e pelo poder e vontade de demagogos completamente desqualificados, a morte do papa que abriu e arejou a Igreja Católica é uma perda colossal. Com sua morte se cala uma voz respeitada e ouvida ao redor da terra. Com ele se vai o bom senso, a dose de humanidade, a compaixão indispensável para fazer do planeta um lugar mais justo e feliz.
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