O absurdo transformado em regra
A cada a semana o número de acidentes fatais, causados por motoristas normalmente embriagados, aumenta na cidade. Os casos são apavorantes porque têm em comum a falta de bom senso e o desprezo absoluto pela vida humana.
Até alguns anos atrás, acidentes desta natureza aconteciam, mas não eram vistos como hoje por uma grande parcela da população. Com a cidade transformada na última versão do romance 1984, as câmeras espalhadas pelas ruas nos mostram com detalhes, o antes, o acidente e o depois. E as imagens não são bonitas.
Invariavelmente filmam um automóvel em grande velocidade, a vítima, o instante em que o veículo atinge a vítima, o corpo na rua e o carro danificado e seu motorista com todos os sinais de embriaguez, ou tentando fugir, até ser capturado pela polícia.
A justiça tem sido dura e mandado os motoristas para a prisão, é a atitude correta, mas não é o que vai resolver o problema. A resposta está no antes e não no depois. São necessárias medidas que previnam os acidentes, mas o Brasil prefere tratar em vez de evitar, então a vítima perde a vida e ela não será recuperada com a prisão do autor.
O que é melhor: o acidente não acontecer ou o responsável acabar na cadeia? Para o acidente não acontecer são necessárias medidas educativas, de inteligência e de fiscalização. Além disso é necessário muito mais rigor no controle das habilitações e na aplicação das sanções administrativas cabíveis. O que não pode é um carro de luxo destruir um carro de aplicativo, um motorista deliberadamente bater num motoboy, um ônibus não respeitar a faixa de pedestres, dezenas de carros não respeitarem as faixas de pedestre, tirarem rachas em ruas movimentadas, etc. Acima de tudo precisa mais respeito pela vida humana.
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