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Casas caem

Não deveria ser assim, mas é. Casas caem. Casas não deveriam cair, são a morada, o refúgio, o canto da família; deveriam ser lugares sólidos, resistentes, longevos, capazes de resistir ao tempo, a guerra, aos ataques de todos os tipos, protegendo seus moradores atrás de suas paredes.

Deveria, mas não é. Casas caem e é muito triste ver as ruínas de uma casa desmoronada, seja lá pela razão que for. Uma das mais comuns é um ônibus ou um caminhão desgovernado, descer ladeira abaixo ou não fazer a curva, e acabar na sala de jantar da casa, graças a Deus, normalmente, em horário que não tem ninguém na sala.

Mas há outras. Pode parecer que não, mas aeronaves caem em cima de casas e derrubam tudo com o impacto e a explosão que acontece em seguida. É um acidente raro, mas muito menos raro do que se imagina, ainda mais em tempos de aeroportos rodeados pela cidade que cresce em sua direção por causa da infraestrutura que acompanha o aeroporto e que facilita a vida de todo mundo, especialmente dos que moram perto. Esses aproveitam das vantagens de tê-la a mão, por preço módico e instalação fácil e rápida.

As casas caem por outros motivos também. Se estiver numa zona de risco, ou numa encosta que nunca desmoronou, um belo dia a água acumulada debaixo da terra desbarranca o morro e com ele vem o que estava em cima, incluídas casas construídas com todo o capricho.

Pode acontecer também do muro do vizinho desmoronar em cima da casa e como ele vem de cima, derruba a casa sem ninguém poder fazer nada para impedir. São os riscos da vida.

Algumas casas caem mais fácil do que outras, mas todas de alguma forma tem um risco, até de serem mal construídas, terem um defeito que as compromete ou uma malandragem para custar menos.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.