São Paulo
Falar de São Paulo é cantar uma canção de amor a essa cidade. Eu nasci aqui, cresci aqui, sai para estuar fora e voltei para cá. Sempre morei em São Paulo e as vezes que saí, saí porque sabia que voltaria. Não me vejo morando em outra cidade, por mais que eu goste de outras cidades.
Sou de São Paulo, quero seguir sendo de São Paulo e tocar minha vida, como sempre fiz, aqui mesmo, do jeito que sempre fiz e pretendo continuar fazendo.
São Paulo é brutal, ninguém duvida, nem diz que não, mas tem um dos pores do sol mais bonitos do mundo. Ajuda da poluição, veneno inventado pelo ser humano que se espalha pelo céu e cria uma nuvem escura que fecha o horizonte de quem chega de avião.
São Paulo está maltratada? De certa forma, São Paulo sempre foi maltratada. Não me lembro da cidade sem buraco, sem água vazando, sem fios entrelaçados e sujeira nas calçadas. Aqui mais limpo, ali mais sujo, a metrópole é grande demais para ser homogênea. Ela se espalha misturando ricos e pobres, separados por uma rua. De um lado a mansão, de outro o barraco. E as pessoas em situação de rua dormindo debaixo do Minhocão.
O trânsito é uma loucura? É. Sem dúvida é, mas Lisboa não é melhor e Paris não fica atrás. Tanto faz, eu gosto de São Paulo com todas as suas mazelas, seu lado feio e triste, a solidão das pessoas passando apressadas e o medo dos assaltos.
Eu gosto de São Paulo. Das ruas de São Paulo, das praças, de algumas árvores deslumbrantes, como as paineiras da Ponte da Cidade Universitária e os ipês do Cemitério São Paulo.
São Paulo tem mistério, entrega, amor, tem paixão. São Paulo tem de tudo um pouco. É um universo em constante movimento. As luzes dão o rumo, mas o rumo pode ser exatamente o oposto. São Paulo é mágica.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.