Números alarmantes

Um trabalho recentemente publicado, envolvendo 4 mil meninos, da conta de que 40% deles, entre 13 e 17 anos, se declaram viciados em celular. E mais ou menos 20% se declaram viciados em pornografia e games. Além disso, suas referências são influenciadores digitais, que tratam dos temas que eles não sabem como conversar em casa ou na escola.

Trancados em seus quartos, solitários, eles interagem não com pessoas, mas com seus celulares, na procura por pornografia e por games que os fazem se sentirem poderosos e esquecerem a solidão que os assusta e com a qual não sabem lidar, e que é traço comum entre eles.

Alguma coisa está profundamente errada. Estes meninos estão perdidos e não sabem a quem pedir socorro. Em algum lugar, os pais, a família, as escolas e a sociedade em geral estão falhando, estão deixando de dar respostas que aliviem as tensões, medos e incertezas típicas desta idade em que a adolescência, com seus hormônios, inseguranças e necessidade de afirmação cobra seu preço e marca para sempre o caráter dos jovens.

Pornografia é uma realidade desde que o mundo é mundo. E ela faz parte da vida de todos os meninos em qualquer lugar do mundo. Mas há uma diferença entre procurar pornografia e ser viciado em pornografia. Como diria o filósofo, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Quando a pornografia extrapola os limites do razoável há uma distorção na visão da pessoa sobre um tema fundamental para sua vida. E essa distorção pode ter consequências dramáticas para ela e para terceiros.

Eu sei que falar é fácil, o duro é como encontrar as respostas. O problema está aí, na nossa frente e é preciso fazer alguma coisa para acertar o rumo destes jovens. Se isso não for feito rapidamente, corremos o risco de no futuro enfrentarmos problemas de extrema gravidade.

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