COP 30
E o cenário vai se complicando. O horizonte se cobre de nuvens cinzas anunciando tempestade pesada, com raios e trovões caindo sobre a cabeça do povo. Tá ficando feio e pode piorar. A COP 30 corre o risco de dar com os burros n’água. A COP 30 está ameaçada de não ser o sucesso que o Brasil gostaria que fosse. Na base do problema está o próprio Brasil, ou as autoridades brasileiras que fizeram que iam, mas não foram.
O resultado é do jeito que vai tem mais gente do que cabe. São esperadas 50 mil pessoas e tem cama para 36 mil. Esse buraco tem incomodado sobremaneira vários países, como Alemanha, Japão, Dinamarca e outros que já se manifestaram por escrito que podem não mandar suas delegações, apesar da importância do evento.
Ou melhor da importância que o evento poderia ter, se estas delegações participassem. Sem elas, e com o desinteresse do governo norte-americano pelas questões climáticas, a COP 30 pode ser um tiro n’água, um fracasso retumbante, com tudo de negativo que vem atrelado.
Não sei se ainda dá tempo de salvar a conferência, ou pelo menos minimizar os impactos negativos, de qualquer jeito, não é prometendo colocar navios atracados próximo de Belém, para servirem de hotéis, que a coisa vai se resolver. Em primeiro lugar, até agora não há nenhuma informação de que o Brasil está negociando com as empresas donas destes navios e, em segundo, também não há nenhum sinal de que elas estariam dispostas a abrir mão de seus cruzeiros para tirar o Brasil de uma encrenca que não é delas.
Como se não bastasse, os hotéis de Belém, que não são top de linha, estão cobrando uma fortuna pelas suas diárias durante a COP. E não consta que os delegados dos países participantes gostem de pagar muito para receber muito pouco. Entre secos e molhados, pode complicar.
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