Experiência nova
Os norte-americanos devem estar sem entender nada. Afinal, em mais de 200 anos de história independente nunca passaram por uma situação vagamente parecida com a que estão vivendo agora. Não é todo dia que um presidente americano manda as tropas da Guarda Nacional agirem na Califórnia, sem autorização do governador do Estado. Pior que isso, no dia seguinte manda os fuzileiros navais também irem para lá, de novo, sem permissão do governador, que processou o presidente.
Quem dissesse que isso acontece na Venezuela de Maduro, ou na Turquia, tudo bem, estaria certo, mas nos Estados Unidos, até agora a grande democracia ocidental, é mais ou menos inimaginável.
Aconteceu, como vem acontecendo uma série de outras ações completamente fora do cercadinho. Os gringos estão paralisados, ninguém, com exceção da Universidade de Harvard e do governador da Califórnia reage aos avanços do presidente. E ele segue em frente, sem se importar com nada, sem respeitar o judiciário, com o Congresso vendido e os democratas em estado de choque.
Parece coisa de república de banana. Mas não é. Acontece no país mais poderoso do mundo, debaixo dos olhos de uma sociedade politizada e tida como democrática e capaz de lutar por seus ideais. A pergunta é cadê esses ideais? Cadê essa coragem toda? Cadê o “nóis quer, nóis faz, nóis comanda?” Comanda nada. Estão sem ação, sem saber como lidar com a situação e o mundo corre o sério risco de ver a ordem natural das coisas não ser tão natural assim, ou ser como o mundo todo é. Manda mais quem chora menos.
Eles estão descobrindo que o mundo real é diferente das aventuras do cinema e que não tem muito herói disposto a salvar a pátria. Nessa toada, em pouco tempo Trump faz a festa e vai jantar com Maduro.
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