No inverno faz mais frio
Aquecimento global não quer dizer que as temperaturas subirão incessantemente, dia depois de dia, até o planeta virar uma caldeira, com temperaturas impossíveis para a vida na terra.
Não, aquecimento global é um conceito que leva em conta o aumento paulatino das temperaturas ao longo do ano. Isso quer dizer que o que vale é a média final, não o que acontece no cotidiano, na sequência dos dias, um quente, outro mais quente, de repente, um mais frio e outro gelado.
Inverno é época de tempo frio e pelo que vimos no final do outono, a coisa esse ano pode pegar para valer, ou não. Nós não temos mais as certezas que permitiam aos meteorologistas garantirem o que aconteceria numa semana – e que permitiram aos aliados desembarcarem na Normandia no meio de uma semana com tempo horrível. De repente abriu a janela e lá foram eles libertar a Europa ocupada pelos nazistas.
Depois de dias com calor extremo, tivemos dias com temperaturas amenas, seguidos de dias gelados. Dias em que São Paulo teve bairros onde a temperatura caiu para 4 graus, o que é frio até em terra onde nevar é comum e nos dias de inverno anoitece às 4 horas da tarde.
São Paulo não está preparado para essas temperaturas. A infraestrutura urbana não foi planejada para isso, apesar de se sabido que aqui pode fazer frio e que geada e nevoa não são fenômenos estranhos.
Mas se é ruim dentro das casas e dos escritórios, imagine nas ruas, com o vento passando gelado em cima do calçamento frio que não recebeu luz do sol durante o dia e por isso de noite é mais frio ainda.
Mais de 80 mil pessoas vivem nas ruas de São Paulo. É um número absurdo, com mais de um teço dessas pessoas vindo de municípios em volta da Capital. Não tem o que fazer. A realidade é essa e ela dói nos ossos das pessoas condenadas a ficar nas ruas nas noites geladas de inverno.
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