A vacinação vai mal
O Brasil já foi famoso pelas campanhas de vacinação que atingiam mais de 90% do público-alvo. O boneco Zé Gotinha, do SUS, ficou famoso, chamando o público para entrar nos postos de saúde para ser vacinado. Dia de vacinação era dia de festa. Mães zelosas levavam seus filhos pequenos no colo e os maiores iam ao seu lado, corajosos, prontos para enfrentarem as injeções e gotas mágicas que os salvam de doenças terríveis, capazes de matar e deixar sequelas sérias.
De repente, não sei muito bem por que, mas com certeza com forte impulso dado pela incompetência das autoridades, a canoa começou a fazer água. Os números começaram a cair e de 2015 em diante nunca mais se recuperaram, pelo menos nos patamares anteriores.
Para complicar o quadro veio a pandemia do coronavírus e o governo da época fez a força que pode para desmoralizar a vacina, inclusive com a participação do presidente e de seu “sargentão” intendente, promovido a ministro da saúde, dizendo aos quatro ventos que não se vacinariam.
O resultado é que depois da pandemia os níveis de vacinação se tornaram críticos. Boa parte da população entrou de cabeça na lorota de que não é preciso vacinar, ou que vacina faz mal. Agora o país passa aperto e as coisas não vão bem nos prontos socorros públicos e privados. Neste momento acontece um aumento vertiginoso das doenças respiratórias e a maioria delas tem vacina, mas não é aplicada como deveria ser.
Mas fica pior. O governo chama para vacinar e as pessoas que atendem o chamado e procuram os postos de saúde, ficam horas numa fila obscena, porque não tem funcionário para aplicá-las.
Pior ainda, tem posto de saúde sem vacina, simplesmente porque o desabastecimento entrou na rotina da saúde pública, invariavelmente pela incompetência do governo federal não dá conta do recado.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.