Platero e eu

A Academia Paulista de Letras e o Instituto Cervantes, da Espanha, estão iniciando uma parceria que tem tudo para dar mais do que certo e gerar uma importante colaboração cultural entre as duas instituições.

Para iniciar essa colaboração, Daniel Gallego Arcas, o diretor do instituto Cervantes em São Paulo, visitou a Academia Paulista de Letras. Na ocasião ele me deu de presente um livro que é uma joia, que merece ser lida e divulgada entre nossos leitores.

O livro se chama “Platero e eu”. É uma edição bilingue da obra lançada com 64 capítulos, na Espanha, em 1914. O texto definitivo, de 1917, foi aumentado para 148 capítulos. Escrito pelo Prêmio Nobel de Literatura, o poeta Juan Ramón Gimenez, o livro não é poesia, não é romance, não é fábula, mas, ao mesmo tempo é romance, poesia e fábula. E mais tudo é uma obra que te prende do primeiro ao último capítulo, contando singelamente a história da cumplicidade entre o poeta e um burrinho, chamado Platero, no interior da Espanha, numa pequena aldeia rural, onde a vida corre em seu ritmo próprio, com sua magia e deslumbramento, fazendo contraponto para a tristeza e a aspereza diária que marca seus moradores.

É nesse cenário que ao longo dos dias, o poeta e seu burrinho interagem com lirismo, aceitação e muita atenção aos fatos que os rodeiam e permeiam suas vidas, reforçando sua ligação.

“Platero e eu” pode ser visto como uma obra educativa para crianças, mas o livro vai muito além disso. Na singela história de uma amizade improvável e uma cumplicidade absoluta, vai uma aula de vida para seres humanos de todas as idades que tocados pela ternura e a beleza da amizade e o carinho entre o poeta e seu burrinho, descobrem que ainda guardam escondidos nos seus peitos restos da pureza de sua infância.

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