9 de julho 93 anos depois
No dia 9 de julho de 1932 os paulistas iniciaram um movimento armado para derrubar o ditador Getúlio Vargas. Durante os 3 meses seguintes o Estado de São Paulo, cercado pelas tropas getulistas, lutou bravamente, até ser derrotado no campo de batalha.
Mal armado, mal equipado, mal treinado o Exército Constitucionalista, composto em boa parte por voluntários, em muitos casos comandados por oficiais despreparados ou mesmo compostos com o inimigo, fez o que pode diante de tropas muito superiores em número e armamento.
A única chance da Revolução triunfar seria um ataque fulminante contra o Rio de Janeiro, logo nos primeiros dias do movimento. Mas o coronel comandante do avanço paulista, em vez de marchar direto contra a Capital Federal, decidiu esperar a chegada do general escolhido para comandar a Revolução e ordenou que as tropas não cruzassem a divisa do Estado. Esta ordem selou a sorte do movimento.
Os oficiais do Rio de Janeiro que aguardavam o avanço paulista para aderirem a Revolução, com a parada das tropas, reviram sua posição e apoiaram Getúlio Vargas. Daí para a frente, não tinha como ser diferente do que foi. A derrota e o exílio dos chefes revolucionários, foi o final lógico para um movimento que poderia ter mudado a história do Brasil.
Não mudou, mas São Paulo, em 1934, criou a Universidade de São Paulo. Ela foi o troco dos paulistas. Com a USP, São Paulo consolidou seu processo de desenvolvimento, criou elites competentes e engajadas com o Estado e o progresso do país.
Pena que essa onda não se espalhou e o Brasil, nos anos seguintes, foi moralmente transformado em terra arrasada, onde o que vale é o que cada um coloca no bolso. Vendo o que acontece hoje, os paulistas de 32 se perguntariam o que aconteceu – onde deu errado – e teriam vergonha.
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