Crônica 8400
Ela não é mais importante, nem mais inteligente, nem mais bonita do que as que vieram antes ou as que virão depois. Então por que ela merece a honra de ter um texto diretamente escrito para ela? Ela não merece, esta crônica não uma homenagem a crônica 8400, ela é uma constatação: ao longo de mais de 30 anos, escrevi mais de 8400 crônicas. Não é pouca coisa. Somadas aos programas de seguros, são mais de 17 mil textos levados ao ar, de segunda à sexta feira, pela Rádio Eldorado.
Eu comecei na Rádio quando ela ainda era na Rua Major Quedinho, no antigo prédio do Estadão, hoje transformado em hotel. De lá a Rádio migrou para a Aclimação, Rua Pires da Motta, para um prédio que tinha dois elevadores antropófagos, criados na FEBEM dos elevadores, que por isso mesmo não se acanhavam em atacar quem entrava neles. As portas se fechavam duras e rápidas, num movimento brusco, que volta e meia machucava alguém menos atento às manhas das duas máquinas.
Ficamos lá durante alguns anos, bons e produtivos, onde a Eldorado se consolidou como a “Rádio Cidadã” e liderou algumas campanhas históricas, como a despoluição do Tietê. Foi lá que o Geraldo Nunes se consagrou como “repórter aéreo”, passando para os ouvintes, abordo de um helicóptero Robson 22, as informações sobre o trânsito da Capital.
E foi lá que durante anos eu entrei no ar diariamente, no final do dia, com a Ana Lucia Moretto como apresentadora, e eu comentarista, do “Jornal da Tarde”. Agora, faz tempo que a Rádio Eldorado voltou para os braços do pai e está no prédio do Estadão, na Marginal do Tietê.
Ao longo destes anos a “crônica da cidade” abriu e fechou o Jornal da Eldorado. E ela chega ao número 8400. É muito bom ter escrito 8400 crônicas, mas é melhor ainda saber que ela segue em frente. E isso só acontece porque você, ouvinte, nos dá a força para continuar.
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