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O trânsito mata cada vez mais

É indecente, mas do começo do ano para cá o trânsito matou 2496 pessoas no Estado de São Paulo. Mais complicado ainda é verificar que quase metade deste número morreu em acidentes com motocicletas. Foram 1092 mortos no período. Para quem acha que Capital está bonita na foto, uma notícia triste. Morreram 329 pessoas em acidentes de trânsito nas suas ruas e avenidas. 177 em acidentes com motocicletas.

São números muito ruins. E o dramático é que se fizermos a conta de mortos por mil habitantes, São Paulo não está no primeiro lugar. Tem Estado muito pior. E o quadro deve se agravar.

Quem dirige pela Avenida Rebouças vive diariamente a aventura de não saber se no fim da viagem terá ou não terá seu espelho retrovisor quebrado por um motoqueiro suicida que passa que nem vaca brava, ou um vândalo, muitas vezes com o pé erguido para quebrar o espelho de propósito. Mas a agressividade destes elementos vai além dos carros, invariavelmente se volta contra outros motociclistas que vão mais devagar na sua frente. Eles os apertam até o limite e quando dá saem para um lado ou outro, entre os carros, para ultrapassá-los e seguir em frente em sua viagem alucinada.

Os que vivem essa experiência ficam impressionados com o fato do número de mortes não ser maior do que o apresentado pela estatística, pouco mais de um por dia.

Mas não são só motociclistas e motoqueiros que pioram o trânsito, a falta de respeito de certos motoristas é apavorante. Dirigem como se por pagarem IPVA fossem os donos da rua. Fazem o que querem e que se danem os outros. O complicado é que eles podem encontrar outros motoristas com os mesmos sintomas e aí o final pode ser sua morte por tiro e não porque seu carro bateu.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.