Bom dia, dia
Eu caminho regularmente pelo menos 4 dias por semana. Meu roteiro não varia muito, vou de lá para cá e para variar de cá para lá, com regularidade, de manhã cedo, por volta das 7 e meia.
Neste inverno tem feito manhã frias, mas com céu profundamente azul, sem nuvens, como se ainda estivéssemos no outono e não em pleno inverno.
Eu gosto de caminhar de manhã cedo. É uma forma fácil para iniciar o dia com disposição, animado, com a cabeça limpa e a alma boa. Andar pelas ruas e suas calçadas pode ser complicado para muita gente, especialmente para pessoas com carrinhos de bebê. As calçadas paulistanas em sua imensa maioria não foram feitas para receber esses carrinhos, da mesma forma que boa parte dos prédios públicos não tem acesso para cadeirantes.
Já contei mais de uma vez, uma das minhas manias, enquanto caminho, é dar bom-dia para as pessoas com quem cruzo. Primeiro porque realmente quero que o dia delas seja bom e, segundo, porque aproveito para conferir quem responde, quem não responde, quem fica sem graça, quem abre um sorriso e por aí a fora.
É impressionante, mas um número grande de pessoas não responde. Fazem cara de feio, de triste, de quem não está ouvindo, de quem não quer responder, de quem está com medo, tanto faz, a variedade é grande, o fato concreto é que não respondem.
Alguns até dá para entender. Estão com seus fones de ouvido nas orelhas, por isso não ouvem. E como vão pensando na morte da bezerra, não olham para o lado, ou fingem que não olham, o que dá na mesma, simplesmente não respondem. Curiosamente não há uma regra clara para dizer quem responde e quem não responde. Tem de tudo nesse mundo.
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