Eleição de Academia

Eleição de Academia de Letras é coisa séria. Enquanto a Academia está com os 40 acadêmicos ocupando suas cadeiras, ninguém quer, muita gente debocha, outros fazem pouco, mas é um acadêmico morrer, abrir a vaga e tem uma fila de gente querendo entrar.

A Academia Paulista de Letras está com a vaga do grande Roberto Duailibi aberta e de acordo com o estatuto ela precisa ser preenchida.

É um ritual relativamente longo, com exigências mínimas para quem quiser concorrer, numa eleição em que votam os 39 acadêmicos vivos e é eleito o candidato que atingir a metade mais um dos votos.

Durante o período em que a vaga está aberta, vale campanha para conseguir apoio e essa campanha é acirrada, as pessoas interessadas dão tudo e mais alguma coisa para conquistarem os votos necessários para serem eleitas e assumirem uma cadeira na casa que tem em seu histórico nomes como Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Miguel Reale, Paulo Bomfim, Lygia Fagundes Telles, Anna Maria Martins, José Goldemberg, Mary del Priori, Júlio Medaglia, Celso Lafer, Ives Gandra, Nalini, Chalita e tantos outros que têm lugar de destaque na cultura brasileira.

A Academia Paulista de Letras completa 116 anos de idade em 2025. É muito tempo e por ela passaram nomes que fazem a diferença na cultura, nas ciências, na literatura, no teatro, na televisão, no jornalismo etc.

Fazer parte dessa casa não deixa ninguém rico, mas enriquece o espírito porque permite o contato com gente a mais preparada nas suas áreas e donas de um papo incrível, em conversas nas quais as posições de cada um são respeitadas, e os argumentos colocados de forma civilizada, sem agredir, tentar machucar ou diminuir o outro.

Eleição é coisa séria. Só se ganha quando o último voto for apurado. Vamos em frente, estamos nela.

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