Que complicado
As coisas se complicam de uma forma ou de outra. Nos tempos atuais nada é mais verdadeiro do que isso. As coisas se complicam sem ninguém fazer nada e, se fizer, tanto faz, a complicação é parte da nossa vida faz tempo. E o mais complicado é que não é parte só da vida dos brasileiros, mas de gente de todas as partes, com as honrosas exceções de sempre.
Aliás, no caso, nem sei se tem exceção. Quem sabe alguma ilha do Pacífico, ou principado perdido numa encosta da Europa. No mais é olhar em volta para ver que o circo está queimando aqui, ali e mais na frente.
A França vai de ponta cabeça, a Grã-Bretanha não está muito melhor, a Alemanha parou, a Suissa enfrenta tarifas inimagináveis para os moradores dos Alpes, e por aí vamos. Quem sabe a Itália com sua primeira-ministra firme e direta vá um pouco melhor, mas como a União Europeia está sob ataque, não tem como ela se safar dessa.
A Venezuela enfrenta a fúria descompensada, ou a cortina de fumaça para esconder o que vai mal na casa do Tio Sam. Navios de guerra norte-americanos em frente da sua costa não é refresco para ninguém.
E nós, entre secos e molhados, não passamos uma temporada muito mais calma. Nem a Índia, nem o México.
O senhor da Casa Branca corta de cima, faz pouco da antiga tradição democrática norte-americana, manda e desmanda, peita todo mundo e o país aceita, anestesiado, mesmo com o quadro se deteriorando rapidamente. Para quem acha que dentro está tudo certo, as ações internacionais estão afastando os antigos aliados e fazendo todo mundo duvidar da seriedade e comprometimento ianque.
Aqui vai mal e a pouca esperança de mudar sem estragos mais fortes vai virando fumaça. Como dizia o Zé Santinho, quando não conhecia o passarinho piando, “é passarinho bobo do brejo”. Ninguém sabe nada.
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