O vendaval varreu São Paulo
De repente, a chuva que caiu durante a noite e o dia se transformou num vendaval. O vento entrou mostrando que quem manda é ele, ou melhor, a natureza, de quem ele é um dos muitos agentes.
Existem vento e ventos, desde leves brisas, até furacões e tufões alucinados que passam os 200 quilômetros por hora e destroem o que encontram pela frente. Não, eles não precisam pedir licença. Chegam, contam que chegaram, soltam seus demônios e, depois, arrefecem, até se tornarem fracas chuvas que não dão ideia do que aconteceu quando estavam em modo destruição.
A ventania que se abateu sobre a Grande São Paulo entrou com ventos na casa de quase 100 quilômetros por hora. Rapidamente, destruiu o que pode, arrancou árvores, destelhou casas, arrasou templos, transformou fábricas em ruinas e por aí a fora – e foi em frente, dona da tragédia, mas não de suas consequências. Essas são dos humanos que terão que refazer cidades, bairros, casas e seu modo de vida.
Quando isso acontecer a tempestade já terá acabado. O céu provavelmente estará azul e a vida só não será a mesma porque a destruição deixou suas marcas gravadas na cidade.
O vento entrou com tudo, carregando as gotas de chuva que caiam enviesadas, fechando com uma toalha de água ruas e avenidas, como se fosse tudo um enorme autorama e ele, vento, fosse o dono da festa.
A destruição mostrou que não é só a Ucrania que pode sofrer. Que mesmo sem guerra é possível uma cidade do porte de São Paulo ter grandes áreas transformadas em ruinas, despedaçadas e destelhadas, com enormes árvores centenárias arrancadas pela raiz.
O Pacaembu no logo depois, foi o retrato do que aconteceu e que pode ser apenas um leve trailer do que ainda vai acontecer.
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