Óleo na pista
É inacreditável, mas o Aeroporto Santos Dumont ficou fechado por 12 horas porque um caminhão que estava fazendo a limpeza, de madrugada, derramou óleo na pista. O resultado foi a antevisão do caos.
161 voos foram diretamente afetados. Em Congonhas, do outro lado do céu, 93 voos da chamada Ponte Aérea tiveram problemas por conta do acidente no Rio de Janeiro. E 12 para outros destinos também pagaram a conta. Como se vê, não foi pouca coisa. 16 mil passageiros tiveram problemas por conta do vazamento de óleo na pista do Santos Dumont.
O Aeroporto Santos Dumont é um aeroporto crítico. Sua pista opera no limite, tem um morro de um lado e a Ponte Rio Niterói, do outro. Muitos passageiros de primeira viagem tremem de medo, na chegada e na partida.
Mas ele é o principal aeroporto do Rio. Entre seguir até o Galeão e usar o Santos Dumont, não há discussão possível, mil vezes o Santos Dumont. O Galeão é para turista ou quem não sabe o que está fazendo.
Um caminhão desemborrachador teve um problema no motor quando trabalhava na pista, depois do final do expediente do Santos Dumont.
É um absurdo, mas absurdos acontecem. A prova é que aconteceu no aeroporto urbano do Rio de Janeiro. O óleo vazou farto, livre e solto, até o caminhão ser retirado da pista que ele deveria ajudar a limpar.
Isso já seria além da imaginação, mas teve mais. A limpeza, a retirada do óleo, foi feita na marra, com esfregão, rodo e detergente, na força bruta dos braços dos funcionários escalados para a tarefa.
Não há máquina para limpar a pista. Simplesmente não há um sistema de limpeza mais rápido, em caso de um acidente desta natureza.
Alguém poderia dizer que o governo brasileiro privilegia o gari, o funcionário que trabalha com escova e rodo, mas não é por aí. O que aconteceu foi incompetência mesmo.
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