Cada coisa é uma coisa
É preciso não misturar uma coisa com outra coisa, afinal cada coisa é uma coisa por isso precisam ser lidas dentro dos respectivos contextos, cada um na sua casinha, cada uma com sua verdade, ou não.
Por exemplo, nesse momento São Paulo está atravessando uma estiagem brava que vai baixando o nível dos reservatórios que abastecem a Capital todos os dias. A estiagem é um ato divino, não depende de nós, não temos ingerência na sua velocidade, nem nos danos causados.
O surpreendente é neste cenário de pré-apocalipse ver gente lavando a calçada com o esguicho. É como se fossem os donos dos canos e a falta d´água não fosse uma ameaça para eles. Ou melhor, os outros que se danem, mesmo que no fim, eles também se danem.
Mas o tema é mais relevante, ou pelo menos, tem setores em que o desperdício é um absurdo, ainda mais quando quem desperdiça é quem pede para não gastarem.
Gosto muito de ver a diferença entre o mundo da propaganda e o mundo real. Nas mensagens pagas Oz é logo na esquina e o que está sendo feito vai colorir o arco-Íris. O curioso é que não vemos o que está sendo feito ser feito com a velocidade e o comprometimento mostrados nas campanhas publicitárias.
Ao contrário, no mundo real as coisas acontecem de outro jeito, invariavelmente caro para o cidadão de bem, que paga uma conta absurda e ainda corre o risco de perder o que tem porque estoura uma tubulação que invade sua casa, ou pior, põe tudo abaixo.
Além disso vale uma palavrinha sobre o atendimento ao público. Eu sei por que no primeiro semestre fui a um ponto de atendimento reclamar que meu hidrômetro precisava ser trocado. Anotaram, me deram data – maio/junho – e até agora não apareceu ninguém.
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