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Os pernilongos estão voltando

Não tem nada de novo debaixo do sol. Provavelmente há milhões de anos é assim. Eu não sou paleontólogo, então não sei há quanto tempo os mosquitos habitam as terras do, hoje, Brasil.

Mas se temos dinossauros de milhões de anos atrás, não há razão para não termos mosquitos da mesma era. Não seria justo nós suportarmos pernilongos e outras feras voadoras e os dinossauros não terem a companhia de seus antepassados.

Os mosquitos são cíclicos. Vão e voltam com mais ou menos intensidade, depende da época do ano. Nos meses quentes e úmidos eles fazem a festa, são praticamente imbatíveis, até os animais de estimação sofrem com suas picadas doloridas e que nos deixam com coceiras na região em volta do alvo.

Depois de uns meses de relativo conforto, com o frio espantando as feras voadoras, elas começam a voltar. Estão chegando. Um na sala, outro no quarto, muitas nos vasos com água parada, nos jardins.

Os pernilongos de todos os tipos retomam os céus e espalham seu zumbido pela cidade que, em pânico, só pode esperar o ataque brutal e cruel em busca do sangue que corre em nossas veias.

Se eles apenas picassem já seria caso de colocar na conta dos sacrifícios que aumentam as indulgências e reduzem o tempo de purgatório.

Mas eles vão muito além. Picam, zumbem, infernizam a vida das pessoas e não contentes com isso, ainda por cima transmitem doenças que podem levar a morte.

Dengue, Chicungunha, Zica e Febre Amarela são injetadas no seu corpo pelos mosquitos bebendo o seu sangue, sugado impiedosamente, sem qualquer respeito ou consideração. Prepara-se, acenda velas, faça promessas, porque o sacrifício, este os mosquitos garantem.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.