Um museu a céu aberto
Cemitério da Consolação é referência da arte tumular
Diariamente, centenas de pessoas circulam pela rua da Consolação, passam em frente ao cemitério mais antigo de São Paulo, sem imaginar que ele abriga não apenas os túmulos de diversas personalidades importantes, mas também obras de artistas renomados, o que faz do Cemitério da Consolação um museu a céu aberto, ao longo dos seus mais de 76 mil metros quadrados. Andar por suas ruas é uma viagem à nossa história.
Logo na entrada, o Cemitério da Consolação impressiona pelo seu portão monumental, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, também responsável pelo projeto da capela no local. Na mesma grandeza que o portão estão os túmulos imponentes de importantes personagens da nossa história, entre eles, Tarsila do Amaral, a marquesa de Santos, Campos Sales, Washington Luís, Carlos Augusto Bresser, Monteiro Lobato e o conde Francisco Matarazzo.
Inaugurado em 1858, antes dele, os corpos eram sepultados no interior das igrejas, em solos sagrados. Esta prática era comum, pelas pessoas acreditarem que próximas aos santos a entrada da alma no Paraíso seria auxiliada. A primeira iniciativa para a sua construção partiu do vereador Joaquim Antonio Alves Alvim. Em 1829, ele defendeu que São Paulo deveria ter um cemitério público. Anos depois, isto se concretizou, graças à doação do terreno pela Marquesa de Santos.
Pelas mãos da aristocracia da cafeicultura e o surgimento da burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a contar com obras de arte. A mais famosa, “É o Sepultamento”, de Victor Brecheret, premiada em 1923 pelo Salão de Outono de Paris, autor também de “O Grande Anjo”. Assinadas pelo conceituado escultor brasileiro, Francisco Leopoldo e Silva, vale ser vista a “Prece dos Anjos em Torno de Cristo” e a peça “Solitudo”.
Estas são apenas algumas das obras que podem ser vistas no Cemitério da Consolação, em seu interior há muito mais. Para quem quiser conhecer melhor, ele mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”.
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