Outros carnavais
Os marcos da cidade de São Paulo, dos blocos de rua às escolas de samba
Não é a primeira vez que o carnaval é cancelado no Brasil. Em 1892, motivado pelo lixo gerado pelo evento, o ministro do interior mudou a data para 26 de junho, a população não aceitou e comemorou a festa nas duas datas, na oficial e na nova. Em 1912, o governo decretou o adiamento do carnaval para 6 de abril, a mudança se deu pelo falecimento, uma semana antes da festa, do ministro das Relações Exteriores, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. Já agora, o cancelamento foi para evitar aglomerações.
Contando um pouco da história do carnaval em São Paulo, pelos registros da Câmara Municipal, ele teve início em fevereiro de 1604, trazido ao país pelos portugueses e chamado de entrudo. Já o primeiro bloco carnavalesco se chamava “Grupo Carnavalesco Barra Funda”, fundado em 1914. De lá para cá, vários blocos se formaram e pelas contas da Prefeitura, no ano passado foram mais de 640, em vários pontos da cidade.
Até o início da década de 1930 não havia na cidade desfiles de escolas de samba. A primeira delas foi a “Escola de Samba Primeira de São Paulo”, fundada em 1935. Dois anos depois, nasceu a “Escola de Samba Lavapés”, na Baixada do Glicério. Mas foi com o então prefeito Faria Lima que o carnaval de São Paulo, em 1967, começou a ganhar impulso, com a publicação de uma lei que previa investimento da Prefeitura no carnaval de rua.
Com o incentivo, nasceram outras escolas de samba, como a Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, que tiveram suas origens em cordões. Em 1968, a avenida São João se tornou palco oficial do carnaval de São Paulo, seguindo o modelo do carnaval carioca. Mais adiante, os desfiles foram transferidos para a avenida Tiradentes e a partir de 1991, com a inauguração do Sambódromo do Anhembi, o local se tornou a passarela do samba.
Para se ter uma ideia do quanto o carnaval impacta a cidade de São Paulo, no ano passado, o evento movimentou R$ 227 milhões, somando toda a cadeia produtiva do turismo na capital paulista e os investimentos realizados para os desfiles, segundo pesquisa do Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris.
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