RMSP tem 750 mil casas em áreas de risco
Novamente, as fortes chuvas acederam o alerta de que essa situação é insustentável
Todos os anos, a história é sempre a mesma. As fortes chuvas atingem as cidades no verão, colocando em risco a população mais vulnerável que vive em moradias impróprias, principalmente em encostas de morros e margens de rios e córregos. Neste ano não foi diferente e até então, os municípios mais atingidos foram Francisco Morato, Franco da Rocha e Embu das Artes, deixando centenas de desabrigados, além das fatalidades.
Para os sobreviventes, fica a árdua tarefa de começar tudo de novo, e em comum, os municípios acima citados registraram um crescimento populacional bastante acima do registrado na capital paulista e na Região Metropolitana de São Paulo. Hoje, pelo mapeamento da Defesa Civil, nas 39 cidades que compõem a RMSP são 750 mil casas em áreas de risco.
O mesmo mapeamento identificou que somente na capital paulista, em um período de onze anos (2010 a 2021), o número de moradias nesta situação cresceu 20%, principalmente nas regiões do M’boi Mirim, no Butantã e em São Mateus, segundo mapeamento da Defesa Civil. Nas demais 38 cidades da RMSP são 578 mil casas em áreas de risco, cerca de 6% estão em locais considerados de risco alto ou muito alto.
Muitos criticam a construção de moradias em áreas de riscos, mas se esquecem de considerar que isso não é uma opção, mas uma necessidade, pela falta de políticas públicas de moradia e urbanização. Afinal, quem quer morar nessas áreas e se submeter a uma tragédia?
Recentemente, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou dois projetos em fase de elaboração para amenizar ou mesmo impedir novas tragédias em cidades da Grande São Paulo. Um deles prevê retirar moradores de áreas de risco mediante pagamento de indenização.
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