Somos todos iguais
A triste ignorância na exclusão de uma criança que não é considerada normal
Nas praças da cidade de São Paulo é muito comum encontrar pais ou babás com crianças. Em muitas dessas praças há espaço próprio para elas e até playgrounds, onde além de brincarem, novos amigos são feitos. Tudo parece ser só alegria e diversão, mas nem sempre é assim. Absurdamente, ainda há preconceito com crianças que os pais ou babás chamam de “anormal”, o que nada mais é do que pura ignorância.
E foi em uma das praças da zona Sul da cidade que uma amiga me contou uma história surreal. O pequeno Luca, de 8 anos de idade, é um dos frequentadores, levado pela sua babá, que cuida dele desde que nasceu e o considera como um filho. Luca é uma criança bonita, observadora e que adora ver os cachorros passearem por lá. Mas quando tenta brincar com outras crianças, nem sempre ele é bem recebido.
Portador de síndrome de Down, a babá de Luca contou que já ouviu de tudo. “Não brinque com ele, ele é doente”, “Não chegue perto dele, ele tem problema” e tantos outros absurdos, tanto da boca de pais como de babás. Claro que ela defende o Luca a unhas e dentes, e não porque ele é anormal, mas simplesmente, porque ele é uma criança normal como qualquer outra.
Um portador de síndrome de Down tem a capacidade de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar; de desenvolver as suas capacidade e alcançar crescentes níveis de realização e autonomia. Essa síndrome é a ocorrência genética mais comum que existe, cerca de 1 a cada 700 nascimentos no Brasil, e não importa a raça ou a condição econômica da família.
A explicação é simples: a síndrome de Down é uma condição na qual uma criança nasce com uma cópia extra do seu 21º cromossomo, daí seu outro nome, trissomia 21. Dessa forma, ela apresenta 47 cromossomos em suas células e não 46, como a maioria da população. O que não tem explicação é ainda existir preconceito por ignorância, seja de portadores de síndrome de Down, ou por qualquer outro motivo sem sentido.
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