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9 de julho de 1932

Há 92 anos, hoje, as tropas paulistas marcharam para o Rio de Janeiro com a missão de depor o ditador Getúlio Vargas.

Se as tropas tivessem avançado em direção da Capital Federal sem parar na divisa entre os dois estados, o movimento teria sido coroado de êxito, mas o comandante provisório, Coronel Euclides Figueiredo, entendeu que não poderia seguir em frente sem a presença do comandante em chefe das tropas revolucionárias e determinou a suspensão da marcha, quando o  caminho estava aberto, fácil de ser percorrido e sem resistência à frente.

Os grandes eventos se decidem nos detalhes, em um momento. No fim do primeiro dia, a Revolução de 1932 estava condenada. Ao parar a marcha das tropas paulistas, Euclides Figueiredo, um homem sério, íntegro, corajoso e revolucionário dedicado, por amor a uma hierarquia estúpida, condenou o movimento ao fracasso.

Em primeiro lugar, os oficiais do Primeiro Exército, que tinha sede no Rio de Janeiro, se sentiram desmotivados com a paralização do avanço paulista. Eles aguardavam os revolucionários chegarem rapidamente perto da Capital para aderirem ao movimento e deporem Vargas.

Em segundo, a imobilidade dos paulistas deu tempo ao ditador para entrar em contato com os outros estados e organizar a defesa.

Daí pra frente, a guerra se resumiu ao avanço das tropas federais, cercando os paulistas, mal armados, mal treinados e mal equipados, em todas as frentes de combate.

Depois de três meses, as hostilidades chegaram ao fim. Ao ver São Paulo invadido, o comando da Força Pública decidiu que era tempo de acabar com a guerra e promoveu a rendição dos paulistas. Foi a medida mais sensata. A invasão do estado seria uma desgraça para milhares de famílias, que ficariam desprotegidas, à mercê das tropas invasoras.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.