O bairro das Palmeiras
[Crônica de 4 de fevereiro de 2009]
O Butantã poderia ter outro nome, sem que perdesse o referencial do bairro. Localizado nas várzeas do Pinheiros e cortado pelo Pirajussara, é área de enchente, tendo sido palco de grandes eventos até alguns anos atrás.
Formado por terreno baixo em relação à calha dos rios, no verão parte de suas terras alagavam ou inundavam, dependendo da zona.
Mas não é isso que faz o Butantã um bairro com traço próprio, capaz de criar a diferença entre ele e outros bairros da cidade. O que faz a diferença são as palmeiras.
Alguém poderia dizer que existiam palmeiras nos outros bairros também. Afinal, Piratininga era pródigo na distribuição da flora. Pelo planalto se espalhavam florestas e campos, com todos os tipos de plantas se misturando, cada uma no seu ambiente.
É verdade, tanto que um dos símbolos do “Projeto Pomar” é uma palmeira típica da região, a “palmeira jerivá”.
Evidentemente, o Butantã não é exceção à regra, e tinha seus pés de jerivás espalhados pelas terras terminando no rio Pinheiros. Mas o que diferencia o bairro não são as jerivás, e sim a enorme variedade de outros tipos palmeiras, brasileiras e trazidas de fora, que enfeitam os jardins de suas casas.
Palmeiras grandes e pequenas, desde as nobres palmeiras imperiais, espremidas nos terrenos mirrados para seu porte, passando pelas reais e por palmeiras australianas, o Butantã tem de tudo.
E as palmeiras deixam o bairro mais belo. Além disso, servem de coxo para aves de todos os tipos, cores e tamanhos, entre elas centenas de periquitos.
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