Uma chance para o centro

[Crônica de 24 de maio de 2001]

A prefeita deu uma declaração maravilhosa, dizendo que a prefeitura em parceria com várias entidades privadas, decidiu dar uma chance para o centro. Uma chance real, um projeto piloto, que deve ser implantado já, para servir de base para análise das necessidades concretas para a recuperação de uma das regiões mais bonitas e mais bem equipadas da cidade.

Eu sei que qualquer ideia, antes de se transformar em realidade, é só uma ideia e que o processo é demorado. Mas também sei que várias outras regiões do mundo passaram por processo semelhante e que, no final, eles foram muito bem-sucedidos.

Poderia citar o centro de Hamburgo, que eu vi ser revitalizado, ou o Marais em Paris, hoje um dos bairros mais charmosos e mais visitados da capital francesa. E, na ponta dos investimentos milionários, as margens do Tamisa, em Londres, que, depois de patinar, pegou e até a bolsa está se mudando para lá.

Não há razão para São Paulo ser diferente. O centro é a região com a melhor infraestrutura da cidade e está jogado às traças ou aos camelôs, que não devem estar faturando muito porque as ruas não têm praticamente ninguém, ainda mais se comparadas com a multidão de 20 anos atrás.

Metrô, fiação de luz subterrânea, telefone à vontade, água encanada, gás, ônibus e alguns dos prédios mais bonitos de São Paulo estão à disposição da população no centro da cidade. Seja o centro velho, seja o centro novo.

Para quem não sabe, o velho fica para lá do Anhangabaú e o novo para cá, para o lado da Light e do Mappin. E é aí que prefeitura pretende começar fazendo sua experiência no quadrilátero formado pela Ipiranga, São João, 7 de abril e Conselheiro Crispiniano.

Seja bem-vinda, o centro agradece e …começa a respirar.
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