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A estupidez é infinita

Enquanto Israel e Hezbollah se bombardeiam mutuamente, mostrando que não há vontade pra valer de se chegar à paz no Oriente Médio, alguns imbecis de carteirinha ateiam fogo na vegetação seca, no interior paulista. Nos dois casos predomina a estupidez humana, que, se você ainda tem dúvida, é infinita.

O que pode levar alguém a deliberadamente colocar fogo na vegetação seca? É uma pergunta que escapa de qualquer resposta minimamente lógica ou com qualquer ponto de bom senso.

Alguém tacar fogo no mato longe de tudo já é completamente sem sentido. Não que não fosse praticado regularmente pelos ameríndios, que com suas coivaras seguiam em frente, queimando a mata para plantar novas roças depois que a terra onde estavam se esgotava.

É verdade, os brancos adotaram a técnica e até hoje o incêndio deliberado da terra é utilizado para abrir novas fazendas por este Brasil a fora. Ninguém muda séculos em poucos anos. O que está arraigado precisa de muito jeito e competência para ser modificado.

Mas aqui a questão é outra. Não estamos falando das várias formas de se abrir uma fazenda. Não, no caso, estamos falando de um ou vários imbecis colocando fogo na vegetação na beira das estradas, porque é mais fácil, mas sem descartar o incêndio criminoso em outras áreas de difícil acesso.

Tem gente que diz que o ser humano não é naturalmente bom. Ao contrário, os exemplos de todos os tipos confirmam isso. A maldade gratuita está viva entre nós. Em assassinatos frios, em violência sexual, em brutalidades desnecessárias. Então, por que não tocar fogo no mato? É bom destruir o que é dos outros. É bom ver gente morrer, imóveis serem destruídos, plantações e criação desaparecerem. A estupidez é infinita.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.