Vai mal
Um dos principais mananciais que abastecem São Paulo é a Represa de Guarapiranga na zona sul da Capital. Milhões de pessoas recebem a água retirada da represa e tratada pela Sabesp. O problema é que a situação está ficando feia. Ou melhor, feia está faz tempo, agora está piorando.
Já na década de 1970 as represas Guarapiranga e Billings eram vistas como peças fundamentais para o tabuleiro do fornecimento de água para a Grande São Paulo. No entanto, desde a década de 1970, as duas represas sempre foram atacadas pela especulação imobiliária, com a ocupação ilegal de seu entornos por milhões de moradores, a maioria sem a infraestrutura necessária para a preservação de suas águas e dos mananciais que as abastecem.
Com o passar das décadas esta situação se agravou consideravelmente e hoje é possível falar em calamidade ambiental, quando se fala sobre a região sul da cidade, basicamente onde estão localizadas Guarapiranga e Billings.
É também nesta região que está a última mancha importante de Mata Atlântica do município e ela vem sendo desmatada numa rapidez impressionante, comprometendo ainda mais o meio ambiente e a qualidade de vida não só de seu entorno, mas de toda a Grande São Paulo.
Falar em águas limpas na Represa de Guarapiranga é brincadeira de mau gosto. E falar de águas limpas na Billings é desconsiderar que ela está mais ameaçada do que Guarapiranga, atacada pelos municípios vizinhos que permitem a ocupação do solo em volta das suas margens.
O quadro é preocupante. Não temos mais muito tempo para lidar com o problema. Ou se tomam medidas para conter o estrago imediatamente ou o custo para fazer isso mais na frente será impagável.
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