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São Paulo parou

São Paulo parou. Tanto faz a razão, a verdade é que São Paulo parou. Tem gente que dirá que parou por obra de algum arcanjo enviado à Terra para negar a palavra do Cristo. Outros dirão que não é nada disso, o que aconteceu é que Tupã e Zeus se aliaram numa nova superprodução dos estúdios “Pirilampo” e o resultado é que, durante as filmagens, um gênio saído da lâmpada do contraparente do contrarregras deu superpoderes aos artistas, que se sentiram poderosos e decidiram parar a cidade e cobrar um resgate da receita municipal de Caxangui.

Pode ser tudo. Afinal, diante do caos, toda explicação é boa, mas não explica nada. Como dizia um famoso professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, “o caos é apenas uma ordem que não nos convém”. E é verdade. O duro é transformá-la na ordem que todos querem, até porque a unanimidade é burra. E terá sempre gente do contra.

Voltando ao começo, a verdade é que São Paulo parou. A CET tem culpa? Com certeza, mas dizer que a cidade parou por culpa dela é exagerar exponencialmente a incompetência da CET. Em outras palavras, é levantar a bola de quem não merece.

A cidade parou porque parou. Na base de tudo está a impossibilidade de se governar um aglomerado com mais de doze milhões de habitantes, fora os moradores das cidades da Região Metropolitana.

O duro é que tem tudo para piorar. O adensamento consequente da nova legislação para a ocupação do solo urbano vai complicar o que já está complicado. Se nós já temos mais carros do que ruas hoje, imagine quando os milhares de moradores dos novos edifícios com mais de 40 andares e centenas de armários dormitórios entrarem nas ruas… 

Como diz o caipira, o que não tem jeito, ajeitado está. Então é entregar a alma a Deus e torcer para o São Paulo ser campeão.   

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.