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Assaltos com motos

[Crônica de 18 de novembro de 2009]

Alguns bairros paulistanos estão servindo de teste para um novo tipo de assalto. Os bandidos estão usando motos para assaltar especialmente mulheres, independentemente da idade. Vale de meninas saindo da escola, a donas de casas na terceira idade, quando abrem os portões para entrar em casa.

Um dos bairros mais afetados pela nova moda é a Vila Beatriz, até pouco tempo atrás, pacato fundo da Vila Madalena que com seu nome homenageava a irmã menos importante.

As duas vilas homenageiam duas irmãs, a Madalena e a Beatriz. Enquanto a primeira tornou-se reduto de bares e restaurantes, a segunda vai-se transformando em paliteiro, com prédios residências de todos os tamanhos tomando suas encostas.

É aí que os bandidos decidiram trabalhar. A coisa está tão feia que tem até faixa nas ruas, informando que é zona sujeita a assalto.

O curioso é a reação das autoridades. Dizem que estão tomando providencias para minimizar o problema, mas não adotam a solução mais simples de todas: policiar eficientemente o bairro.

Se com polícia perto tem ladrão, imagine o que acontece quando a polícia não aparece.

A regra vale para Vila Beatriz, Alto de Pinheiros e City Butantã. A polícia passa muito raramente, dando margem para todos os tipos de assaltos, em plena luz do dia, porque é mais fácil de trabalhar.

Com certeza, se houvesse menos discurso e mais ação, o número de assaltos não cresceria a ponto de chamar a atenção da imprensa.

Mas como o que vale é discurso, os assaltantes de moto continuarão atacando, sem maiores problemas.
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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.