Como os pingos da chuva
[Crônica de 2 de janeiro de 1998]
Os pingos da chuva caem enriquecendo o solo para o milagre da vida nascida das sementes adormecidas que as chuvas de verão acordam, umedecendo o chão.
Mensageiros divinos, cada um deles traz em si um pouco do toque de deus para acender os ramos que brotam da terra agradecida.
Os pingos da chuva são a materialização da poesia que existe na vontade da vida se eternizar nas sementes fecundadas, que crescem para gerar novas sementes que vão por sua vez adormecer e esperar… Os pingos da chuva são mágicos disfarçados de água que saem do céu para dar forma aos sonhos.
São eles que trazem o refresco para a canícula do dia, para os raios abrasadores do sol. Os pingos da chuva caem como música que ecoa nos telhados e escorre para o solo criando a sinfonia da terra.
Em cada um deles mora uma esperança; em cada um deles sorri uma esperança, que se transforma na possibilidade concreta de algo muito maior. Vida! Vida! A vida nasce dos pingos da chuva misturados ao solo para o mistério da criação.
São eles, leito e leite. Aconchego e alimento. São eles o néctar e a ambrosia, a comida e a bebida dos deuses que caem de sua mesa no céu para gerar a vida na terra. Os pingos da chuva são como o meu amor.
Meu amor que tem a leveza do carinho mais delicado e a força do fogo dos vulcões. Meu amor que existe para você e para fazê-la mais feliz. Os pingos da chuva são a representação do meu amor que te molha e te refresca; que te ama e te sacia.
Os pingos da chuva são a materialização do meu amor.
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