Se prepare para o que vem pela frente
O óbvio é apenas o óbvio. E o óbvio acontece porque é óbvio. Ele não tem escolha, não tem plano B. Como é óbvio, é obvio que ele aconteça.
Foi o que aconteceu em São Paulo. Era óbvio que a primeira tempestade chegaria e ela, obviamente, chegou. Mas aí vem a segunda parte da obviedade. Era óbvio que depois da tempestade a ENEL prestaria o pior serviço possível, se é que ela prestaria algum tipo de serviço ou desserviço.
Foi o que aconteceu porque era óbvio que aconteceria. É verdade, a tempestade entrou mostrando o que será o verão. Ventos de mais de cem quilômetros por hora fizeram a festa, arrancaram árvores, derrubaram muros, partiram fios, introduzindo todo o resto do cardápio de problemas e prejuízos que as tempestades de verão trazem consigo, até quando entram em cena antes do verão.
É óbvio que ninguém consegue segurar a fúria dos elementos ensandecidos, mostrando que quem manda são eles. Não há a menor esperança, nem ninguém acha que dá. Não tem promessa, ebó, vela acesa, santo, exu ou espírito que segure a onça. Ela passa e o que fica é o que fica: um longo rastro de destruição e, claro, falta de energia. Até aí tudo bem, faz parte do script. Todos sabem disso e estão prontos para as consequências. O que não seria de se esperar é o que veio depois.
Ou melhor, não seria de se esperar num país sério, onde as coisas funcionam direito. Não é o caso do Brasil. Faz tempo que a distribuidora de energia da Grande São Paulo é conhecida como uma empresa que não podia ter essa concessão. Mas ela tem, apesar de todos os desastres acontecidos no ano passado, ela manteve a concessão.
Agora estão dizendo que ela pode perder. Não acredite nisso. Se prepare! Essa foi só a primeira tempestade, o cartão de visitas. O que vem pela frente será pior e a ENEL será pior ainda. Viva a falta de energia!
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