Os flamboyants
O fim do ano está chegando. Já estamos em novembro e ontem foi janeiro. Passou tão rápido que não me lembro onde passei o ano novo. Será que foi no Guarujá? Não me lembro e agora estou escrevendo, então não vou parar para tentar me lembrar. O réveillon passado passou. Agora, mais um pouco, tem Natal e depois Ano Novo, de novo.
Enquanto isso, indiferentes às minhas considerações, os flamboyants decidiram que este ano fariam duas coisas: entrariam em cena mais cedo e floririam com mais intensidade. E as duas aconteceram. Os flamboyants já estão floridos e a florada está mais intensa. As árvores estão com mais flores em seus galhos e o vermelho está mais intenso.
Eu sei que não há nenhuma relação entre a florada dos flamboyants e o que eu acho ou deixo de achar, até porque quem acha vive se perdendo e a vida não espera. As coisas são como devem ser e não como nós gostaríamos que fossem. Será que seria bom se fosse assim? Não sei, tenho a impressão que aconteceria uma enorme confusão, algo próximo do caos original, na sequência do Big Bang.
Como não é, está tudo certo. Pode mais quem chora menos, entre gentes e animais. A lei da selva ficou fraca perto das barbaridades praticadas pelo civilizado ser humano. Tanto faz onde, está pegando pesado. Quando é leve, brincadeira de criança, o tiro é de 556 ou 762. Os dois fazem estrago e quem paga a conta são os inocentes que estão no lugar errado, na hora errada, e ficam no caminho da bala, logo depois do tiro. O mais triste é que servem apenas para engordar as estatísticas.
Mas os flamboyants não têm nada com isso. O negócio deles é ocupar seu espaço no momento da sua florada. Eles não querem mais nem menos, não são de briga. Para eles, cada um tem sua hora e sua vez. Respeitando a hora e a vez dos flamboyants, para eles está tudo certo.
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