O centro velho renasce?
A grande pergunta é: o Centro Velho renasce? Hoje ele está desolado, um lugar triste e feio, onde a vida segue triste e feia, nas centenas de pessoas em situação de rua, da Cracolândia à Praça da Sé.
O Poeta Paulo Bomfim dizia que a Catedral da Sé é o ressurgimento das catedrais medievais, dentro das quais a vida e a miséria se misturavam, nos tempos de guerra, nos tempos de pragas, nas grandes hecatombes que se abatiam sobre a sociedade.
A Catedral de São Paulo reúne um pouco de tudo, de turistas a drogados, abrigados atrás de suas grossas paredes góticas, debaixo de sua cúpula, desafiando Santa Maria dei Fiori. A Catedral é bonita, com suas linhas fora de tempo, e o Tribunal de Justiça, ao seu lado, é bonito em suas linhas clássicas, que elevam a lei e a colocam ao lado dos mandamentos.
Mas o Centro Velho está deteriorado, esburacado, vazio, invadido, decadente, apesar das reformas que se estendem por suas ruas, mudando o calçamento gasto pelos anos e pelo abandono.
O Governo do Estado pretende mudar a administração para a região, para os Campos Elíseos, também no Centro, mais para o canto, entre o Anhangabaú e o Tietê. Será uma mudança emblemática, já iniciada com a ida da Secretaria da Justiça para o icônico Palácio dos Campos Elíseos, construído por Elias Chaves, bisavô do meu amigo José Cássio, e depois sede do Governo do Estado por muitas décadas.
A Prefeitura também está investindo pesado na recuperação do Centro, comprando prédios para serem reformados e receberem suas secretarias e incentivando a iniciativa privada a fazer retrofit nos antigos imóveis que já foram o top da Capital.
Em princípio, a pergunta do começo é a resposta do fim. O Centro Velho renascerá e a cidade terá uma área deslumbrante a serviço do povo.
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