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Cadê a CET?

O trânsito paulistano atingiu a quase perfeição. A perfeição está sempre um ponto à frente do último ponto à frente, então, no nosso caso, pode parecer incrível, mas dá para piorar. Ainda não atingimos a perfeição.

Outro dia fui almoçar na casa do meu amigo Roberto Duailibi. Ele não mora tão longe assim de mim. Para chegar na sua casa em condições normais não deveria levar mais do que quinze minutos. Pois pasmem! Nesse dia levei uma hora e dez. Quinze minutos só para subir da Marginal Pinheiros para a Ponte Cidade Jardim. Isso mesmo, a Ponte Cidade Jardim, que é o grande marco da travessia do Rio Pinheiros e ocupação da Cidade Jardim e Morumbi, mas que não se chama mais Cidade Jardim. Agora ela homenageia alguém que pouca gente sabe quem foi ou o que fez. 

Dizer que o trânsito de São Paulo tem jeito é acreditar que Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa e São Pedro vão se unir, dar as mãos e fazer um milagre tão grande que a multiplicação dos peixes parecerá história da carochinha. Não tem jeito! O caos é tão caótico que nem ele se entende.

A verdade é que tem mais carros do que ruas. São Paulo tem perto de dez milhões de veículos rodando pela cidade. Não tem como não parar. Se não bastasse, o pouco que poderia ser feito para auxiliar a população é malfeito por quem é bem pago para fazer.

Se é que é feito, ou pelo menos minimamente feito. Quem deveria fazer, mas não faz, é a CET. A gloriosa CET de incontáveis pisadas na bola de todos os jeitos, todas em detrimento da cidade.

Se lhe parece estranho, me diga quando foi a última vez que você viu dez marronzinhos na rua, não atendendo acidentes, mas ordenando o trânsito?  O problema da CET não é novo. Há décadas a companhia não faz o que se espera dela. É natural que, depois de tanto empenho, o trânsito tenha avançado para o que é hoje. Agora, só com a mão do Todo Poderoso.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.