Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Carros velhos e carros mais velhos

Outro dia eu quase fiquei triste. De repente constatei que não se vê mais fusquinhas, corcéis ou opalas nas ruas da cidade. Não, os bons e velhos carros que inauguraram a indústria automobilística brasileira simplesmente deixaram de marcar presença. A exceção, a honrosa exceção, porque foi o primeiro carro brasileiro e ainda segue nas ruas, é a Kombi. Os demais cederam seus lugares para outros carros, que também envelheceram, mas que não fazem parte da era romântica do carro nacional. Carro nacional que praticamente não tinha concorrência porque era protegido por todos os lados pelos governos da época, que inclusive proibiram a importação.

Durante muitos anos, a concorrência era apenas entre os carros nacionais que, por isso, não mereciam grandes investimentos em modernização, que não eram feitos e pronto. As carrocerias podiam mudar um pouco, mas o resto seguia igual. Quantos anos se passaram entre o primeiro Opala e o primeiro Opala com freio a disco?

Hoje ninguém em sã consciência imagina um carro com todos os freios a tambor ou sem ABS e outras modernidades que melhoram a segurança e o conforto. São acessórios que fazem parte quase obrigatória de todos os modelos.

Quando os Fuscas foram lançados, não tinham cintos de segurança e os outros modelos também não. Depois, chegou o cinto de segurança de cintura e só anos mais tarde chegaram os cintos de três pontos e, mais tarde ainda, os cintos com ajuste automático.

Mas é assim que as coisas andam. O tempo não para, nem perdoa. Eles passaram, outros passaram e tem uma terceira leva que também está passando. Mesmo assim, em algum momento, ainda vou resgatar um Opala Especial, verde amazonas, 1971. 

___

Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.