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Tem vacina, mas não tem gente para ser vacinada

As fake news estão destruindo o mundo e o Brasil não está fora dessa. Ao contrário, é olhar o que acontece na Pátria Amada para não se ter dúvida. Por trás delas estão pessoas que sabem o que fazem e aonde querem ir, conhecem as ferramentas, sabem manejá-las e seguem em frente, soltando milhares de notícias falsas nas mais variadas redes e com as mais diversas técnicas. É coisa de profissional, aqui e lá fora. 

Vale tudo, de chute abaixo da cintura pra frente. Se conseguir invadir a rede do outro, melhor ainda. A fake news é publicada como se fosse uma verdade do outro e, até descobrir e tirar, o estrago está feito. É mais fácil acusar do que desmentir. 

O resultado é que tem gente de boa-fé que acredita que vacina faz mal e simplesmente deixa de se vacinar e vacinar os filhos. Se as vítimas fossem ele e seus filhos já seria um absurdo, mas não vacinar coloca em risco toda a sociedade que fica sujeita a ser vítima de epidemias que poderiam ser controladas com campanhas de vacinação periódica.

O quadro é tão absurdo que vários Estados estão jogando fora quantidade enormes das mais variadas vacinas porque chegam ao fim do prazo de validade. O Brasil já foi famoso pela eficiência de nossa política de vacinação pública. 

Quando não tinha vacina, a humanidade morria aos 40 anos. Hoje tem povos chegando aos 90. Não ver o óbvio é dramático, mas não tem o que fazer. A terra pode voltar a ser plana e uma nova Inquisição fará a festa.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.