Mudanças climáticas custam caro
As mudanças climáticas afetaram 78 milhões de pessoas no Brasil nos últimos 4 anos. Em dinheiro, significa que causaram um prejuízo médio de 40 bilhões de reais por ano. Mas há outra conta mais salgada: o número de pessoas que morrem em função delas e o número de pessoas que perde tudo que têm em função delas.
O problema é que o tema só pode avançar com a participação do Estado, em seus três níveis, como líder e como principal agente para o desenvolvimento de políticas destinadas a minimizar os danos.
A atuação do Estado nesses eventos tem se limitado muito mais ao discurso do que à ação, tanto que, nos últimos anos, apesar do crescimento evidente dos eventos desta natureza, os investimentos para equacioná-los sofreram uma redução média de 200 milhões de reais por ano.
Além disto, não há política de longo prazo em nenhum nível para reduzir a exposição da população. Ninguém mora na Vila Pantanal por amor às inundações. Se mora lá por falta de opção.
Só que os planos de ocupação do solo estão mais interessados em liberar áreas protegidas para a construção de altos edifícios. Não falam em assentamentos ou reassentamentos. Não falam em medidas para proteger nascentes, margens de rios e lagos ou impedir a ocupação de morros.
Enquanto remarmos nesta direção, as tragédias serão parte do roteiro. Não há mágica na evolução humana.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.