A temporada frustada

Como tudo no mundo, as férias de janeiro no Guarujá têm dois lados. Os dois bons e ruins, dependendo do lado que se olha. Para quem gosta de praia mais vazia, esse verão foi o sonho de consumo que não se via há muitos anos. Para os comerciantes e moradores que dependem do verão para ganhar seu dinheiro e pagar suas contas, foi uma temporada micada.

A virose que atingiu o Guarujá a partir de dezembro até o começo de 2025 deu conta do recado, bateu de frente e frustrou as expectativas da cidade, cancelou aluguéis, reservas de hotéis e esvaziou as praias.

Guarujá está uma cidade confortável, com espaço nas praias, sem aglomeração no centrinho, com gente, mas não muita, o que é muito bom para quem quer paz e sossego, mas é muito ruim para quem depende dos turistas para garantir o ano na temporada de verão.

Logo no dia primeiro de janeiro começou o êxodo. Famílias inteiras entraram em seus carros e deixaram para trás os apartamentos que estavam ocupando. E a marcha seguiu firme nos dias seguintes. Prédios que estavam cheios de repente ficaram quase vazios e os novos inquilinos que deveriam vir não vieram, simplesmente cancelaram os contratos. E a mesma coisa aconteceu com os hotéis. 

A virose maltratou suas vítimas diretas e maltratou mais ainda as vítimas indiretas, os moradores do Guarujá, que dependem dos turistas de verão para fechar a conta do ano.

Restaurantes, bares, quiosques, vendedores de sorvete, raspadinha, açaí viram as vendas não decolarem, ficarem muito abaixo das previsões.

Em algum lugar faltou planejamento das autoridades. Viroses são comuns nesta época do ano e, no entanto, o Estado não estava preparado. É muito triste. Com auxílio da violência que cresceu em dezembro, deu no que deu, a temporada de verão foi fraca para o Guarujá.