Revista da APL
[Crônica de 16 de janeiro de 2009]
No final do ano passado a Academia Paulista de Letras lançou um número especial de sua revista, homenageando o centenário da morte de Euclides da Cunha.
Autor de um dos livros mais importantes escritos em língua portuguesa, em 1909, Euclides da Cunha teve morte trágica, em decorrência dos tiros recebidos em um duelo com o então tenente Dilermando de Assis, por causa de sua esposa, que havia saído de casa para viver com o militar.
A edição especial da Revista da Academia Paulista de Letras não esgota o tema Euclides da Cunha, nem é o tratado definitivo sobre “Os Sertões”. Tanto o autor como a obras são grandes e complexos demais para serem esgotados por única publicação, independentemente de quem escreve nela.
Mas a revista é um bom começo para quem deseja conhecer melhor a vida do autor de um livro da dimensão de “Os Sertões” ou para quem deseja saber mais sobre um dos grandes erros de avaliação da história brasileira.
A história de Euclides da Cunha é uma tragédia que coloca frente a frente a obra genial e o cotidiano da vida de seu autor. E Canudos uma guerra cruel, movida a paixão, que em nenhum momento levou em conta a realidade da caatinga e de seus habitantes.
Por isso mesmo custou caro ao exército e acabou com o extermínio quase que total dos habitantes da cidade sertaneja.
Se a revista da Academia Paulista de Letras não esgota os dois temas, avança bem por eles, em textos com análises importantes do autor e da obra. Por isso é uma publicação que vale a pena ser lida.
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