Um verão muito louco
[Crônica de 4 de fevereiro de 2008]
Se tem algo que já pode se dizer do verão de 2009 é que tem sido um verão muito louco. Não por causa das chuvas, nem das férias, nem do mundo com mais esperanças, mas por causa das temperaturas. Confesso que não me lembro de outro mês de janeiro em que no Brasil eu tenha usado casaco ou dormido com cobertor na cama.
E não foi uma única noite, numa ressaca de tempo ou na contramão de algum fenômeno invertido que fez a zona de convergência do Atlântico Sul se mudar para o Atlântico Norte e vice-versa.
Não, fez frio em vários dias diferentes, nem todos na sequência lógica do dia anterior. Calor, frio; frio, frio, calor; calor etc., numa sucessão maluca, feito deputado brasileiro falando no Congresso.
As razões estão muito além da nossa compreensão. Se é por conta do aquecimento global a lógica seria estar mais quente, e não os dias de frio, que insistem em não ir embora, ainda que no meio fazendo um calor africano, como diria minha avó.
Também pode ser a vingança dos ursos polares, ou praga do gafanhoto de pé verde, que sumiu da Zona da Mata porque a mata dessa Zona virou tora exportada sem certificação para Europa.
Cada um sabe da sua vida e não é prudente especular demais. Quem procura acha e nem sempre achar faz bem para a saúde.
Ainda que hoje sendo mais fácil do que em 1972, quem acha corre o risco de se perder. E isso é muito chato, especialmente numa noite fria, fora de época, que pega a gente desprevenida, sem casaco ou cobertor para espantar o frio.
A estação ainda não acabou, mas já dá para dizer que foi um verão muito louco, na comparação com os verões passados.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.