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O Egito na FAAP

[Crônica de 25 de maio de 2001]

Depois de salvar a onça e trazer de volta os índios devorados vivos pela unha de gato que se espalhava pelo muro da casa de Armando Álvares Penteado, a FAAP dá para a cidade mais uma festa deslumbrante. Uma exposição muito bonita e uma aula de história.

Quem espera ver os tesouros de Tutancâmon, ou a cabeça de Nefertiti, não vai encontrá-los, nem nada de parecido, mas a exposição merece ser vista justamente por isso.

A Arte no Tempo dos Faraós não tem a pretensão de trazer o mais rico, nem o mais deslumbrante da arte egípcia, pelo contrário, é uma exposição que mostra o dia a dia da gente comum, em imagens lindas, montadas num cenário de luxo, reproduzindo as colunas dos  grandes templos, dando a sensação de que Ramsés pode, de repente, surgir do fundo de uma sala para receber seu hóspedes, ou comandar seus exércitos e, como contraponto, uma tumba de gente comum, muito mais simples que as tumbas reais.

Para quem tem pouca chance de visitar as pirâmides, como a imensa maioria da população brasileira, a exposição da FAAP é mais do que uma aula, é um passeio pelo antigo Egito, reconstruído nos audiovisuais que complementam a mostra.

Além disso, a exposição foge do óbvio e não tem múmias abertas ou fechadas distraindo a atenção dos visitantes. Por conta disso as obras de arte crescem e se impõem, dando a dimensão maravilhosa de uma das primeiras civilizações realmente avançadas da história do homem.

A Arte no Tempo dos Faraós merece ser visitada, mesmo por quem conhece o tesouro de Tutancâmon, ou a cabeça de Nefertiti, ou o museu do Cairo.

Ela mostra é um outro Egito antigo, muito mais próximo da nossa realidade. O Egito da gente comum, que lutava para viver, não sei se com tantas dificuldades como os brasileiros.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.