O mapa da mina

[Crônica de 15 de abril de 2003]

É incrível, mas nestes tempos de informação instantânea, nós já contamos com um mapa dos assaltos nas estradas de São Paulo. Temos um roteiro detalhado de onde é mais perigoso em cada uma das estradas mais importantes que chegam e partem da cidade, abrindo caminho para milhares de veículos se aventurarem por elas, uns mais outros menos, mas todos expostos aos riscos da violência que se solidifica na terra de Anchieta com mais vontade do que os índios que atacavam a vila de Piratininga, quase 500 anos atrás.

Naquele tempo a cidade era uma cidadela, cercada por uma tranqueira de paus e terra, que a protegia das tribos inimigas, instaladas no mesmo planalto, prontas para tomarem de assalto os portugueses e os índios de Tibiriçá.

Hoje, não tem como proteger as estradas erguendo cercas ao longo de seus rumos. Simplesmente não dá, além de não adiantar nada, porque a tecnologia a disposição dos bandidos é muito mais sofisticada e eficiente do que do a solidez das cercas.

Acho que foi por conta disso e da certeza do risco dos assaltos que o guia de assaltos foi aprimorado até o grau de detalhes que o fazem um referencial importante para quem sai ou para quem chega por aqui.

Seguindo suas indicações, é possível minimizar a exposição aos bandidos, permitindo que não se pare nos pontos mais visados e que se passe mais depressa por eles.

Impedir os assaltos o guia não vai, nem tem como. Mas ele é uma ferramenta importante, que bem assimilada pode ajudar muito na prevenção de situações perigosas.

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